sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Querida mãe.

Há coisas que, enquanto vives com os teus pais, aparecem sozinhas em casa e quando deixas o conforto do teu lar, para viveres sozinho, reparas que as mesmas desaparecem. E é um problema. Isto acontece com tudo. Desde dares conta que o papel higiénico é uma coisa que se tem de comprar, até te aperceberes que se queres comida em cima da mesa para jantar, tens que a preparar ou se queres loiça limpa, terás que ser mesmo tu a lavá-la. Podem ter a certeza de que uma cama feita pela mãe é muito mais confortável que uma cama feita por ti. Que a iguaria mais básica dela é mil vezes melhor que a tua especialidade e que a voz dela é muito melhor despertador que o teu toque de telemóvel. São pequenas coisas, quase banais, às quais não se dá valor nenhum enquanto as temos de mão beijada e são agora olhadas de forma completamente diferente. É assim que vivo há quase três anos e ainda não estou completamente habituado. Custou-me muito mais do que aquilo que eu estava à espera e nem sempre demonstro as dificuldades que vou tendo, mas o que vale é que comigo está sempre tudo bem.

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